“Feche a porta, deixe o frio do lado de fora
Eu não preciso de nada quando estou ao seu lado
Nós temos algo que nunca irá morrer
Nossos sonhos, nosso orgulho...”
Rainy night and worked all day
we both got jobs cause there's bills to pay
We got something they can't take away
our love, our lives Noite chuvosa e eu trabalhei o dia todo
Nós dois trabalhamos porque existem contas pra pagar
Nós temos algo que não podemos deixar pra trás
Nosso amor, nossas vidas
Corri pelas ruas encharcadas de Londres tentando não perder o ônibus que me levaria para casa. Pisei em uma imensa possa de água molhando meus sapatos e a barra da minha calça e xinguei alto. Maravilha! Meu casaco estava molhado e eu sabia que teria problemas em casa por mais uma vez ter esquecido o guarda-chuva... ”quantas vezes eu tenho que dizer que você vai acabar pegando uma pneumonia, ?” então ela franziria o cenho. Sorri com a lembrança da minha garota, seu tom de voz sempre tão mandão. O ônibus estava cheio e eu tive que ir em pé, eu estava esgotado, trabalhei o dia inteiro em um escritório de advocacia, sempre correndo de um lado para o outro, resolvendo problemas para os outros e nunca sendo notado. Eu era apenas um estagiário, mas tinha esperança que logo meu chefe visse meu esforço e me contratasse permanentemente. Sei que eu não teria um cargo grande, pelo menos por enquanto, mas o que importava para mim era ter instabilidade, eu era um recém formado e precisava dar duro para poder chegar onde eu quero. Era puxado, doze horas de trabalho por dia, mas eu sabia que no futuro tudo valeria apena.
Depois de alguns minutos e muito empurrões, cheguei ao meu destino. Desci do ônibus e logo a chuva voltou a me saldar, puxei meu casaco até ele cobrir minha cabeça, segurei minha pasta com firmeza junto ao corpo e comecei a correr pela calçada vazia logo dobrando a esquina e chegando no pequeno prédio onde eu moro. Subi as escadas de dois em dois degraus e peguei minha chave que estava no bolso abrindo a porta logo em seguida. Larguei a chave e minha pasta em uma pequena mesa que ficava ali ao lado e tirei o casaco pendurando em um gancho que havia atrás da porta, passei as mãos pelo cabelo e caminhei pelo curto corredor logo entrando na sala/cozinha. Meu apartamento era pequeno, um banheiro, um quarto, uma sacada minúscula e uma sala/cozinha, mas apesar disso era bem arrumado e muito aconchegante e o dono do lugar me aluga ele por um preço muito camarada.
Close the door, leave the cold outside
I don't need nothing when I'm by your side
we got something that'll never die
our dreams, our pride Feche a porta, deixe o frio do lado de fora
Eu não preciso de nada quando estou ao seu lado
Nós temos algo que nunca irá morrer
Nossos sonhos, nosso orgulho
Tirei meus sapatos vagarosamente e caminhei de mansinho pelo lugar sorrindo maroto. Lá estava minha garota, de frente para a pia cortando alguma coisa. O ambiente estava impregnado com um cheiro maravilhoso e uma música lenta saia do pequeno rádio que ficava sobre o balcão. Rock, ama rock, aqueles clássicos para se escutar de olhos fechados, para se perder enquanto internamente a gente na realidade acaba se encontrando. A peguei de surpresa abraçando-a e depositando um beijo carinhoso em seu pescoço.
- Você não tem jeito – Ela já virou me olhando brava – Você vai ficar doente.
- Você sabe que sou forte como um touro – A apertei mesmo ela tentando se distanciar.
- Vai acreditando nisso viu – semicerrou os olhos – vai tomar um banho e de preferência bem quente.
- Só se você for comigo – Sorri maroto e ela riu.
- Eu já tomei banho e foi muito relaxante e merecido.
- Dia cheio?
- Você nem imagina – Aproximou-se e depositou um beijo carinhoso em meus lábios – Vai lá bonitão, a comida estará pronta em um instante
Larguei e virei de costas, logo senti um tapa em minha bunda, reclamei e ela riu.
Não tardei no banho, estava faminto e cansado, mal via a hora de me jogar na cama. Vesti uma roupa quente e fui para a sala, estava mexendo o conteúdo de uma panela sobre o fogão, me encostei no batente da entrada e cruzei os braços. Ergui a sobrancelha ao observar suas lindas pernas desnudas, estava vestida em minha camisa e ela mal lhe cobria a bunda o que internamente eu agradecia. Ali observando-a fiquei pensativo. Éramos novos, mas eu não me imaginava sem aquela garota, tínhamos muito o que viver, tínhamos dividas da faculdade para pagar e o que ganhamos mal dava para comer, mas mesmo assim eu me sentia tão confortável e eu sabia que aquilo era sinal de meus esforços, mas eu sabia muito mais que aquilo tudo era o efeito de , minha garota durona, tão difícil de se conquistar...
My heart beats like a drum (all night)
flesh to flesh, one to one (and it's alright)
and I'll never let go cause
there's something I know deep inside Meu coração toca como uma bateria (a noite toda)
Corpo por corpo, um por um (e isso é certo)
E eu nunca vou te deixar
Porque existe algo que eu sei dentro de mim
Nos conhecemos no primeiro dia de faculdade, lá estava eu para cursar meu tão sonhado curso de direito e lá estava , participando de uma festa. Não éramos da mesma faculdade, ela cursava moda em uma outra faculdade que ficava á poucos minutos dali, como eu disse, ela estava ali para participar de uma festa mais precisamente uma festa na casa do irmão de seu namorado. Vou deixar bem claro aqui que eu não roubei ela de ninguém, as coisas entre eles já não iam bem algum tempo, mas era complicado porque o relacionamento dos dois era longo, namorinho de criança, famílias amigas e essas coisas. Ela estava possessa, quase espumando pela boca e eu estava ali meio que de penetra, meus irmãos que estavam no último ano de engenharia, me arrastaram para aquela festa dizendo que era ali que começava minha vida. E realmente, eles estavam certo.
You were born to be my baby
And baby, I was made to be your man Você nasceu para ser minha garota
E gata, eu fui feito pra ser o seu homem
Eu estava entediado, em casa éramos cinco irmãos e minha mãe sempre disse que eu era o mais ajuizado e olha que na escadinha eu venho em terceiro lugar. Nunca gostei de barulheira, bebida, cigarro e essas coisas, sempre fui o sem graça, o que estava sempre na linha, o que os pais não davam muita bola porque precisavam cuidar dos desordeiros, não que meus pais não me amassem, eles sempre me mostraram o valor que tenho e o orgulho que sentem de mim, mas meus irmãos tiravam tanto a paz deles, que eles eram obrigados a se preocupar mais com eles. Então lá estava eu fazendo o que faço de melhor, sendo antissocial, quando saiu pela porta dos fundos feito um foguete esbarrando em mim e quase me levando ao chão.
- Idiota! Sai do caminho! – Ela me olhou irada e eu arregalei os olhos. Então me deu as costas pronta para ir embora, mas de repente parou, então deu meia volta e sua expressão de ira deu lugar á uma de pesar – Nossa, me desculpa – Suspirou e passou a mão pelo cabelo - Eu que esbarrei em você e ai dei uma de louca, você deveria ter gritado comigo.
- Minha mãe tem cinco filhos e ela disse que nós seriamos príncipes por bem ou por mal, eu escolhi ser por bem, meus irmãos? Por mal – Ela riu e aproximou-se mais de mim ficando ao meu lado e olhando para frente. Não falou mais nada e me senti meio desconfortável, lhe estendi a garrafa intocada de cerveja que eu segurava e ela pegou dando um grande gole e logo depois me estendendo.
- Pode ficar, eu não bebo – Ela ergueu a sobrancelha como se me perguntasse porque eu estava com aquilo então – Meu irmão me empurrou isso.
- Entendi – Voltou a beber e logo depois mexeu o conteúdo da garrafa – Você é calouro? Você me parece familiar, mas acho que nunca te vi.
- Cheguei ontem, faculdade de direito.
- Bacana – Me olhou – Sou caloura também, moda.
- Você é caloura também então claro que nunca teria me visto aqui – Ergueu uma sobrancelha.
- Meu namorado está no terceiro ano de administração e meu irmão está no último de química, então já tem um tempinho que eu frequento essas festas.
- Então está explicado.
- E você? Calouro e já está frequentando a festa dos populares...
- Meus irmãos me arrastaram para cá.
- Quem são eles? Talvez eu conheça.
- Tayler e Tedd, eles estão no último ano de eng....
- Engenharia – Ela me interrompeu – Então quer dizer que você é irmão dos gêmeos mais lindos e cafajestes que a Inglaterra já viu?
- Bom, parece que sim – Ri – Eles têm essa fama desde criança, acredite, eram o terror do jardim de infância desvirtuando todas aquelas pobres garotas inocentes – riu com gosto.
- E os gêmeos cafajestes tem um irmão...
- Na verdade, eles têm mais três irmãos.
- Dê meus pêsames a sua mãe – Gargalhei.
- Obrigado, ela vai precisar.
- O Tayler quebrou o coração da minha melhor amiga.
- Sinto muito, ele costuma fazer muito isso.
- Qual é o problema com vocês homens afinal? – Ela me olhou franzindo o cenho – O que custa tratar alguém com respeito e carinho? Vocês podiam ser menos babacas de vez em quando! – Bebeu todo o conteúdo da garrafa e logo depois a jogou no gramado – Droga! Eu preciso mais disso – Saiu do meu lado e entrou na casa rapidamente voltando com a mesma rapidez logo em seguida e carregando um balde cheio de garrafas de cerveja – Assim está melhor – Sentou-se na grama com o balde entre as pernas – Senta ai também, bonitão – Me sentei enquanto ela abria uma cerveja, me ofereceu, mas logo recolheu a mão – Ah é, você não bebe, alias... qual é seu problema com bebida?
- Não gosto do gosto amargo que deixa na boca.
- Boa explicação, de amargo só basta a vida – Bebeu um pouco da cerveja – Mas isso ajuda, ainda mais quando você está com uma vontade louca de meter um soco bem no meio da cara do seu namorado babaca.
Uma hora depois já se enquadrava em bêbada estrema com um pezinho em coma alcoólico e ai de mim se tomasse aquelas garrafas dela, tentei quando ela estava na quinta e quase perdi minha mão, aquele era um erro que eu não cometeria mais. Naquela altura acho que eu já sabia tudo sobre King, desde sua cor favorita até – segundo ela – seus dois segredos mais obscuros.
- Achei você sua louca! – Uma morena muito bonita aproximou-se rapidamente de nós e se abaixou na frente de , segurou no queixo dela e olhou em seus olhos – É, definitivamente bêbada.
- Puff! – “abanou” o ar – Bêbada não, levemente alcoolizada – Disse de forma enrolada.
- Bonito hein – A morena me olhou semicerrando os olhos.
- Ele é mesmo, acho que vou largar o Derek por ele, qual é seu nome mesmo, bonitão? – Jogou os braços ao redor do meu pescoço e eu afastei o rosto quando seu bafo de cerveja veio em direção a minha cara.
- Obrigada por embebedar minha amiga.
- Hei, eu não fiz nada, tentei tirar a bebida dela, mas quase perdi a mão.
- Marica, com medo de uma mulher – Ergui uma sobrancelha – Você fez a merda, você me ajuda. Esperai, eu conheço você? – Revirei os olhos.
- Não, mas disse que Tayler partiu seu coração e ele é meu irmão mais velho – Ela olhou para a amiga com uma expressão que dizia “eu te mato na primeira oportunidade” e logo depois olhou para mim me puxando pelo colarinho.
- Escuta aqui, se você abrir essa sua boca para seu irmão, você é um cara morto – Ergui as mãos em forma de rendição – Aliás – Olhou para meus lábios e logo depois se afastou – Tayler tem essa boca, Tedd tem essa boca, você tem essa boca, já vi fotos dos seus outros dois irmãos e eles também tem essa boca. Sua mãe não tem um útero, tem uma máquina de produzir obra de arte – Gargalhei sonoramente – Agora vamos lá, me ajude a levantar esse amontoado de ossos.
- Hei! – tentou bater na amiga, mas não obteve resultado, é claro – Eu até que tenho uma bundinha.
- Sim, de gaveta – Tentei prender o riso enquanto ajudava a se levantar.
- Gaveta aberta ou fechada?
- King, cala essa sua boca grande e vamos embora.
- Aght! Não me chama de King, eu não sou rei de nada a não ser do meu pequeno mundinho fodido.
- Eu já disse que eu odeio quando você se embebeda? Você não podia ser do tipo de bêbada que sai rindo e dando cambalhotas?
- Eu não sou palhaço – Eu ouvia todo o diálogo em silêncio enquanto a conduzia até o carro. Coloquei no banco de trás e fechei a porta.
- Pronto.
- Pronto coisa nenhuma – A morena me puxou pelo braço – Sua missão não acaba aqui, bonitão.
- Hei, só eu posso chamar ele assim – colocou a cabeça pela janela.
- Cala a boca, bocuda – A morena me olhou – A gente mora no terceiro andar de um pequeno prédio, mas as escadas são longas demais para que eu consiga subir com essa coisa ai, então você vai ajudar – Eu ia abrir a boca para retrucar, mas ela me interrompeu – E anda logo – Revirei os olhos e entrei no carro.
A morena que eu descobri que se chamava Harriet, dirigiu até o prédio onde ela e moravam, desligou o carro e saímos, abrimos a porta de trás e estava com a cabeça no banco e babando.
- Não se mexe! – Harriet gritou assustando-me e sacou um celular do bolso, mirou no rosto de e tirou uma foto – Essa vai para o álbum das chantagens, agora vamos lá.
Puxamos , mas eu que tive todo o trabalho duro, subi com ela nos braços todos aqueles incontáveis degraus – Harriet se enganou, elas não moravam no terceiro andar e sim no quinto, grande golpista – entrei no apartamento e segui atrás de Harriet, entrei no quarto de e a coloquei na cama.
- É isso ai, a partir de agora eu assumo, obrigada bonitão – Ela deu alguns tapinhas em meu ombro e me guiou até a porta.
- Ela vai ficar bem? – Perguntei preocupado.
- Com uma dor de cabeça daquelas, mas vai sim, não se preocupe. Boa noite.
- Boa noite – Enfiei as mãos nos bolsos e lhe dei as costas.
Voltei a encontrar somente três semanas depois. Eu havia ido na faculdade dela e ficado por lá algum tempo, mas não a vi e também não investiguei muito. Então três semanas depois lá estava ela, esbarrando em mim novamente no meio da rua e fazendo meu café recém comprado, cair.
- Olha por ond... – ela olhou para mim, então sua expressão de ira mudou rapidamente para uma expressão de diversão. Aquela garota me assustava – Veja só quem está no meu caminho novamente.
- E veja só quem está andando como um foguete novamente – Ela sorriu e olhou para o chão observando meu café perdido.
- Desculpe por isso, eu pago outro para você, vem.
- Não prec... – Ela me puxou pela mão e entramos na cafeteria. parou e virou-se para mim.
- Eu ainda não sei seu nome, bonitão.
- – Ergui minha mão.
- King, prazer – Ela apertou minha mão e olhei em seus olhos cor de mel e foi exatamente naquele momento que eu me apaixonei.
We got something to believe in
even if we don't know where we stand
only God would know the reasons
but I bet he must have had a plan
Cause you were born to be my baby
and baby, I was made to be your man Nós temos algo em que acreditar
Mesmo se nós não sabemos onde iremos parar
Somente Deus saberá as razões
Mas eu aposto que ele deve ter um plano
Porque você nasceu pra ser minha gata
E garota, eu nasci para ser seu homem
Acabamos virando amigos, não os melhores amigos, mas nos víamos bastante e saíamos juntos.
Era sexta-feira á noite e eu estava sozinho na casa que meus irmãos me enfiaram, eles não permitiram que eu ficasse no alojamento da faculdade, disseram que aquele lugar corromperia minha pobre mente inocente, mas a realidade era que eu estava sendo “corrompido” mais naquela casa do que eu seria em um bordel, meus irmãos dividiam a casa com mais três amigos e o que mais entrava ali era mulher, de todo tipo e raça. Como era sexta-feira eu não os veria até segunda e teria a casa toda para mim o que eu achava uma maravilha, estava pronto para passar a noite estudando para as provas, quando a campainha tocou, eu estava pronto para dispensar a garota que com certeza estava atrás de um dos caras, mas a garota em questão era .
- Caramba, você fica sexy de óculos, bonitão – Ela entrou na casa carregando um engradado de cerveja e jogou-se no sofá. Fechei a porta e fui me sentar ao lado dela.
- Para que isso? – Apontei para as cervejas e ela deu de ombros.
- Terminei com o Dereck – A olhei em surpresa – E já era para eu ter feito isso a muito tempo, estou super bem, na realidade, estou ótima – tomou um gole da cerveja.
- Então para que isso? – Peguei a garrafa das mãos dela.
- Sei lá, eu deveria estar sofrendo né? Mas só me sinto aliviada – Ela encostou a cabeça em meu ombro – Ele é um babaca, mesquinho, egoísta e eu não aguentava mais ele.
- Eu não sou seu amigo gay – Ela desencostou do meu ombro e riu.
- Ainda bem, seria um desperdício.
- Vem cá, deixa essas porcarias ai – Levei até a cozinha e ela sentou-se no balcão balançando as pernas.
- Você vai fazer o que?
- Meu super milk-shake – Peguei todos os ingredientes e o liquidificador começando minha obra prima. Enfeitei uma taça grande e joguei o conteúdo lá dentro colocando por último um canudo – Voilà.
- Você quer me matar?! – Ela fez careta para a taça em sua frente – Isso dai é uma surra de açúcar.
- Você tem diabetes?
- Não.
- Então não tem problema, vai, experimenta – Ela deu de ombro e experimentou o milk-shake.
- Caramba! Incrível! – tomou mais um pouco – Onde você aprendeu a fazer isso?
- Bom, minha mãe tem cinco filhos homens, mas minha tia tem oito mulheres – engasgou-se e me olhou horrorizada.
- Sua tia não tem televisão?! – Gargalhei.
- Foram três gravidez, na primeira veio apenas Nora, mas na segunda vieram as trigêmeas e na terceira, vieram quadrigêmeas.
- Sua tia operou não é? Ou ela está a espera de ter sêxtuplos? – Ri.
- Operou. Como eu sou o mais ajuizado da família, sempre que minha tia precisava ela deixava as meninas aos meus cuidados e elas só se acalmavam quando eu fazia essa bomba ai.
- Quando eu começar minha família, eu quero ter gêmeos.
- Isso é um convite? Na minha família tem vários casos.
- Eu mal fiquei solteira e você já está dando em cima de mim? – Ela ergueu uma sobrancelha.
- Eu tenho que garantir meu lugar ne – Ela revirou os olhos.
- Vamos, eu quero assistir filme.
- Por favor, nada de comédia romântica.
- Tudo bem, eu estou a fim mesmo de super heróis – Piscou.
Light a candle, blow the world away
table for two on a TV tray
It ain't fancy, baby that's ok
our time, our way Acenda uma vela, deixe o mundo de lado
Mesa para dois em uma bandeja de tv
Isso não é fantasia, baby está tudo bem
Nosso tempo, nosso jeito
Fui acordado do meu devaneio com me abraçando, ela beijou meu queixo e me olhou.
- Está pensando em que, bonitão?
- Em quando nos conhecemos – sorriu – Você foi tão difícil de conquistar – Ela sorriu marota.
- Eu já era sua, você que não sabia – Me deu um selinho – Agora vamos jantar porque eu estou faminta.
No meio do jantar a luz acabou, talvez tenha sido pela chuva que caia porque eu tinha certeza que a conta de luz está em dia. Acendemos algumas velas e continuamos o jantar enquanto me contava sobre seu dia cheio de ordem e estresse. Ela era assistente de uma importante estilista, mas segundo ela a mulher era um verdadeiro monstro. se sentia feliz por ter aquele emprego, era uma recém formada que já tinha um cargo que muitos que seguiam a profissão dela queriam ter, mas ela me disse que se perguntava todo dia se ouvir todos aqueles insultos valiam a pena e disse que quando olhava para as nossas contas e para as dívidas da faculdade, ela suspirava e pensava “sim, vale a pena”, afinal, a vida é feita de sacrifícios...
Ajudei a lavar a louça do jantar e logo depois fomos para nosso quarto e nos deitamos no colchão que ficava no meio do cômodo. Não tínhamos cama e nem TV, aliás, até que tínhamos uma belíssima TV de plasma, mas vendemos para comprar nossas alianças. Essa vida pós formado não estava sendo nada fácil, mas eu sabia se eu batalhasse bastante, lá na frente eu veria o resultado de todo o meu sacrifício. Abracei com força e afundei meu rosto em seu pescoço sentindo o cheiro tão maravilhoso da minha garota.
So hold me close better hang on tight
buckle up, baby, it's a bumpy ride
We're two kids hitching down the road of life
our world, our fight Então me abrace bem perto, melhor se segurar
Aperte os cintos, baby, é um passeio enrolado
Nós somos duas crianças unindo-se na estrada da vida
Nosso mundo, nossa fuga
- Sabe, é tão difícil – quebrou o silêncio do quarto que era preenchido apenas pelo barulho da chuva batendo contra o vidro da sacada – Tantas vezes eu já senti vontade de aceitar a ajuda dos meus pais, não é orgulho, você mais do que ninguém sabe disso, mas eu queria conseguir as coisas sozinha, ter o salário que eu tanto almejo, fazer meu nome, mas é tudo tão difícil e aquela mulher é um monstro tão terrível.
- Eu estou aqui para você, amor – Ela mexeu-se em meus braços e ficou de frente para mim.
- Eu sei bonitão, e você não imagina o quanto sou grata por isso, mal vejo a hora de comprarmos nossa casinha de quatro quartos, fazermos um escritório para você e um ateliê para mim, termos um lindo jardim e bem lá na frente, gerarmos criaturinhas que vão correr pela casa toda.
- Como que faz para pular logo para essa parte? – Ela gargalhou e me deu um selinho então entrelaçou nossos dedos e observou nossas alianças.
- Nossos pais vão arrancar nosso couro.
- Nem me fale, nós temos que ir mesmo para a ceia de natal? Nós podíamos ir para as ilhas do Caribe, sei que você é doida para conhecer lá.
- Claro, qual banco você quer assaltar primeiro? – Gargalhei – Falando sério, minha mãe vai ficar sem falar comigo durante três meses, só não sei se isso é bom ou ruim.
- Bom, eu vou apanhar como uma criança, então eu preferia a opção da sua mãe do que a da minha – Foi a vez dela de rir.
Eu e estávamos casados a quatro meses, em um belo dia eu acordei e me perguntei “Por que essa garota maravilhosa não tem uma aliança no dedo dela e não carrega meu nome?” Então eu a pedi em casamento, simples assim, pra que complicar? E aceitou. Nos casamos uma semana depois, eu vesti um jeans escuro, blusa social, gravata preta e all star branco, estava com um vestido muito lindo que ia até o meio das coxas, branco e como ela disse, de renda e também calçava all star branco. O casamento foi apenas no cartório, Tayler e Harriet foram os padrinhos. Quando saímos de lá fomos comer hambúrguer com batata frita e refrigerante e mais tarde compramos um bolo, então nós quatro brindamos ao meu casamento e de . Não contamos para nossos pais, não contamos para ninguém mais, não queríamos nada grandioso, só queríamos saber que estávamos casados, que agora estávamos juntos para valer. Harriet guardou o segredo e Tayler também apesar de todos os avisos de que a mamãe comeria o meu rim e dividiria os outros órgãos com o restante da família. Estávamos quatro meses sem vê-los devido a vida corrida, mas o natal estava chegando e não dava mais para adiar o inadiável. Quando eu e estivéssemos com nossas vidas estabilizadas, pretendíamos fazer um casamento com tudo que tínhamos direito, mas por enquanto, estávamos felizes com nosso matrimonio simples.
- Bom, se essa for minha última semana de vida eu quero que você saiba que você foi a melhor coisa que já me aconteceu, que eu agradeço muito ao idiota do Tayler por ter me arrastado para aquela festa, que minha vida sem você não seria a mesma e que eu te amo tanto que eu não sei nem o que fazer com tanto amor – sorriu com carinho e deitou-se em cima de cima colando nossas testa, nariz e queixo.
- E eu quero que você saiba que você é tudo para mim, que eu imagino uma vida inteira ao seu lado e que você foi o melhor presente que a faculdade já me deu, nem meu diploma é mais importante que você e olha que ele é importante a beça – Ri – Amo você, bonitão.
- É mesmo? – Ela assentiu – Vamos provar o nosso amor então – A agarrei com força e a gargalhada gostosa da minha garota preencheu todo o apartamento.
You were born to be my baby
and baby, I was made to be your man
(na, na, na, na, na, na...) Você nasceu para ser minha garota
E garota, eu nasci para ser seu homem
(na, na, na, na, na, na...)
Fim.
Nota da autora: Hey, estou atrasaderrima e vou escrever isso aqui bem rápido porque o prazo para enviar termina hoje. Essa fic é bem diferente de Going, Going, Gone também desse especial, completamente diferente, BTBMB é muito mais sossegadinha e eu espero que vocês gostem, então leiam Going, Going, Gone também e essa belezinha aqui. Beijinhos.